Família Santander junta famílias ucranianas
Move Together
Numa iniciativa inédita, o Santander em Portugal juntou-se à Paróquia do Campo Grande e mobilizou-se para ir buscar à Polónia perto de 180 refugiados ucranianos que tinham alguns laços com Portugal: seja através de familiares ou amigos.
A Fundação Santander Portugal soube de uma oportunidade para trazer refugiados ucranianos em parceria com a Paróquia do Campo Grande e deitou mãos à obra. Foram longas horas de conversas e pedidos de apoio às diferentes áreas, porque era preciso pôr tudo a funcionar em apenas 3 dias. Um exemplo do Move Together para pôr a andar esta enorme ação humanitária.
O objetivo deste voo foi ligar refugiados às famílias ou a amigos, pelo que a lista de passageiros já estava a ser construída ao longo dos dias anteriores. Um voo com estas características traz sempre imprevistos. Na véspera cinco pessoas desistiram, porque arranjam outro transporte, outras porque não conseguem atravessar a fronteira. Há bombardeamentos que destroem pontes e as populações não conseguem sair. Por isso, os nomes estão constantemente a mudar.
Duas bandeiras, uma da Ucrânia, nas costas de Liliya, e outra de Portugal, ostentada por Cláudia, identificam, na zona das partidas do aeroporto Chopin, em Varsóvia, os voluntários de Lisboa. Ao mesmo tempo, e enquanto as 70 famílias que viajarão para Portugal vão chegando, José Maria segura um cartaz onde se lê Lisboa em ucraniano e Liliya vai confirmando os dados de todos os que vão chegando. Grande parte do grupo é composto por mulheres e crianças. Algumas pessoas trazem pouco mais do que uma mala – a maioria dos bens ficou na Ucrânia.
A viagem de avião decorre sem sobressaltos, a maioria aproveita para descansar depois destes dias difíceis, as crianças permanecem acordadas e entretidas com os desenhos para colorir que lhe foram distribuídos.
O avião aterra no aeroporto militar de Figo Maduro, os refugiados são encaminhados para um pavilhão, onde são recebidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e pelo Alto Comissariado para as Migrações. É-lhes dada uma refeição. De seguida, e já noutra sala, são recebidos pelos paroquianos do Campo Grande. À sua espera têm um kit de boas-vindas, com comida e roupa, e brinquedos para as crianças. Ninguém se vai embora, sem que a organização se certifique que têm alguém à sua espera, no exterior, ou transporte para se encontrarem com as famílias que os vão acolher.
A finalidade da paróquia, explica Cláudia Lourenço, voluntária e secretária da paróquia, é “ser uma base para estas famílias”, que vão um pouco para todo o país. A missão humanitária não acabou no aeroporto de Figo Maduro. O avião regressou à capital polaca carregado com nove toneladas de ajuda, não só da paróquia, mas também de outras recolhas realizadas em Portugal.